Decisão do ministro Edson Fachin pode garantir a continuidade da operação, paralisada em 2022 pelo STJ que entendeu que envio de provas pela Receita Federal era ilegal.
Decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), provocou reviravolta e pode determinar a retomada da Operação Alcatraz, da Polícia Federal, deflagrada em 2019 e que tinha como objetivo combater fraudes e desvio de recursos públicos por meio de contratos de prestação de serviço firmados com o poder Executivo em Santa Catarina, entre 2011 e 2017.
O ponto central das discussões era o uso de informações da Receita Federal usadas pela Polícia Federal para a investigação. No ano passado, decisão do ministro Joel Paciornik, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), paralisou a operação.
Inicialmente, o STJ entendeu que o envio das provas era ilegal. No entanto, Fachin afirmou: “Não bastasse, a par da diferenciação entre representação fiscal para crimes contra a ordem tributária e representação fiscal para outros crimes feita no julgamento da repercussão geral, o próprio Tema 990 permitiu o compartilhamento dos RIFs, referentes a outros crimes que não os tributários, com as autoridade de persecução penal, na medida em que tais delitos, por sua própria natureza, não demandam lançamento definitivo, como equivocadamente entendeu o Superior Tribunal de Justiça”.
Com isso, o ministro deu provimento ao recurso protocolado por uma empresa de terceirização de mão de obra investigada pela PF e declarou lícitas as provas compartilhadas pela Receita Federal.