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Educação

Escolas de ensino médio de Tubarão "fogem" do período integral

A falta de apoio do governo inviabiliza um bom atendimento aos alunos no período vespertino

03/04/2018 11h46 | Por: Redação

Muitas escolas que funcionam em ensino integral em Santa Catarina têm problemas em relação à estrutura. Praticamente todas estão operando sem a condição prometida pelo governo do Estado no início do programa. Em Tubarão, e na região da Amurel, não há nenhuma unidade escolar contemplada pelo Ensino Médio Integral em Tempo Integral (Emiti).

A coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte), Tânia Fogaça, revela que muitas escolas nem demonstram interesse em aderir o programa. "Quando o governo criou esse programa, a gente sempre defendeu que só teria funcionamento se tivesse cobertura. Porque quando se cria um projeto dessa natureza, eles são jogados e depois a escola, que envolve toda uma comunidade - professores, gestores, pais e alunos - tem que se virar para manter", relata.

Outro projeto semelhante, o Ensino Médio Inovador (ProEMI), já foi implementado na região. A Gerência Regional de Educação (Gered) possui 20 escolas com ensino médio, sendo que três dessas possuem o programa: EEM Dite Freitas e CEDUP, ambas em Tubarão, e EEE Antônio Knabben, em Gravatal. Os alunos que participam estudam de manhã e três vezes por semana voltam a tarde também. De acordo com Tânia, o ProEMI, que começou há cerca de quatro anos, não funciona muito bem na prática porque não há recurso para escola funcionar no período vespertino como ocorre no período matutino. "Um exemplo é se o professor trabalha com os estudantes monumentos históricos, então decide fazer uma viagem, um estudo de campo, mas ele não vai ter como levar", lamenta. O outro problema enfrentado surge dos próprios estudantes. A maioria, quando apresentado com a opção de estudar a tarde, prefere abrir mão para poder trabalhar. "Ele não quer ficar na escola, no contraturno, se ele já pode assumir alguma função no mercado de trabalho", explica a coordenadora. O ideal, para ela, seria o ensino integral no fundamental, mas o governo do Estado é contra. "Os projetos são muito bonitos, mas não são oferecidos com a estrutura certa para poder funcionar adequadamente, por isso a nossa posição é contra. Quando as escolas não se candidatam, é porque já sabem o que vai acontecer. Vai sobrar para eles a manutenção e o funcionamento", afirma. Salários seguem sem reajuste Uma série de visitas têm sido feitas em escolas da região. Nesta segunda-feira (2), representantes do Sinte foram até o colégio João Teixeira Nunes, no bairro Morrotes, em Tubarão. Conforme Tânia, o objetivo é levar o material, alertar a categoria de como está iniciando 2018 e ouvir as reclamações sobre as exigências que o governo faz para o professor oferecer condições. "Nós estamos apostando na derrubada dos vetos das faltas, projeto que foi para o governo do Estado e o Raimundo Colombo (governador licenciado) vetou. Agora está na Alesc, para derrubar ou não, aí vai depender da mobilização da categoria. A gente tá chamando atenção para isso, e também para nossa questão salarial", relata. O aumento do piso, de 6,81%, foi aprovado em dezembro do ano passado, porém só é válido para quem tem ensino médio. Tânia explica que para os demais níveis do magistério, superior, pós-graduação, mestrado, doutorado, não há previsão de reajuste. "Daqui a pouco se continuar aumentando o piso, todo mundo vai ganhar a mesma coisa sem precisar ter muita habilitação. Pela lei que eles aprovaram em 2015, do plano de carreira, nós teríamos sim agora condições de ter no mínimo 10% de reajuste no magistério para 2018", lembra. Foto: Divulgação
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