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Segurança

Quadrilha alvo de operação policial movimentou cerca de R$ 500 milhões nos últimos quatro anos

Dinheiro era usado para movimentar o tráfico de drogas na região de Criciúma

31/08/2023 23h44 | Por: Redação | Fonte: Engeplus
Divulgação

A quadrilha alvo da ‘Operação Ferro Novo’, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira, dia 31, movimentou cerca de R$ 500 milhões nos últimos quatro anos, com grande parte desta movimentação financeira realizada em Criciúma. Isto é o que aponta a investigação coordenada pelo delegado Rafael Iasco, titular da Delegacia de Içara. 

Ao longo de hoje, a Polícia Civil cumpriu 25 mandados de busca e apreensão nas cidades de Criciúma, Cocal do Sul, Tubarão, Forquilhinha, Içara e Itapema. A investigação também teve desdobramentos no Rio Grande do Sul, com ordens judiciais cumpridas em Rio Grande, Pelotas, Charqueadas e Xangri-Lá. Cinco pessoas foram presas temporariamente. 

Apreensão em 2020 originou investigação

A ‘Operação Ferro Novo’ é fruto de investigação iniciada após a apreensão de 3,5 toneladas de maconha, trabalho policial ocorrido em 2020. Na ocasião, a Polícia Civil apreendeu ainda cerca de R$ 500 mil em bens patrimoniais dos indiciados, como veículos de luxo e até aparelhagem de som avaliada em R$ 200 mil. 

O nome da operação faz referência ao ramo das empresas de fachada utilizadas pelo grupo criminoso na lavagem de dinheiro. São revenda de veículos, auto-peças, postos de combustíveis e conveniências - uma loja chegou a movimentar R$ 500 mil em um dia. “Tivemos diversos elementos para fazer um trabalho a longo prazo. Alguns nomes apareceram na investigação de 2020 e decidimos começar a investigação logo depois. A investigação iniciou em Içara, mas a gente viu que as empresas que lavavam dinheiro e toda a movimentação financeira era sempre em Criciúma”, explicou o delegado Iasco, durante entrevista coletiva.

A movimentação financeira gerada pela quadrilha também alimentava empresas de fachada no Rio Grande do Sul, São Paulo e na fronteira com o Paraguai. “Faziam movimentação grande nestas contas bancárias, mas não condizia com o faturamento das empresas. A remessa que algumas realizavam eram para empresas envolvidas no tráfico de drogas em outros estados e na fronteira com Paraguai, que é um dos maiores fornecedores de maconha do mundo”, afirmou o delegado.

Compra milionária em Cocal

A investigação contou com atuação do grupo de inteligência da Polícia Civil e com o Laboratório de Lavagem de Dinheiro da 6ª Região (LAB/Sul). Durante o inquérito, os investigadores descobriram o uso de laranjas para compras de imóveis e veículos de luxo. Uma das transações que chamou a atenção foi a compra de um sítio em Cocal do Sul, avaliado em R$ 2,5 milhões, pagos à vista.

“Esse sítio em Cocal foi comprado por uma irmã do investigado, que recebe valor ínfimo de salário e comprou no valor R$ 2,3 milhões. Não tem como uma pessoa que ganha R$ 2 mil comprar um sítio de R$ 2,3 milhões e pagar à vista. O grande chefe utilizava outras pessoas para passagem de dinheiro nas contas. Então tinha indivíduo que recebia salário mínimo, mas movimentava R$ 5 milhões na conta”, revela Iasco. 

O lucro obtido nas empresas de fachada eram revertidos para compra de drogas que eram comercializadas na região. Entre os imóveis apreendidos, estão dois apartamentos de luxo em Itapema, uma casa em um condomínio no bairro Primeira Linha, em Criciúma, e uma casa em um condomínio de luxo em Xangri-Lá.  A compra destes imóveis servia como meio de ‘esquentar’ o dinheiro ganho no tráfico de drogas.

As investigações prosseguem no intuito de identificar outros envolvidos nos crimes, porém a Polícia Civil não revela a possibilidade de novas operações. Os detidos nesta quinta foram encaminhados para o presídio Santa Augusta onde ficarão detidos por cinco dias. Durante o período caberá a Polícia Civil analisar as provas e decidir ou não pelo indiciamento dos envolvidos, com o caso sendo remetido ao Ministério Público (MP), que é o titular da ação penal.

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