Este não é o primeiro incidente desse tipo
A Polícia Civil do Estado está conduzindo uma investigação sobre um ônibus fretado originado na Bahia, que supostamente trouxe 40 pessoas em situação de rua para Florianópolis, conforme divulgado nesta terça-feira (23) pela DECRIM (Delegacia de Combate ao Crime Organizado). As autoridades estão focadas em apurar possíveis crimes, incluindo tráfico de pessoas, transporte clandestino e a identificação dos responsáveis pelo envio dessas pessoas para o estado catarinense.
Este não é o primeiro incidente desse tipo, sendo a última ocorrência registrada no dia 4 deste mês, quando um ônibus da empresa Daniel Turismo desembarcou dezenas de passageiros em uma área considerada não convencional entre o Titri (Terminal de Integração da Trindade) e o CIC (Centro Integrado de Cultura) na capital. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) também está investigando o caso.
Segundo informações do jornalista Nicolas Horácio, o Ministério Público teve conhecimento do incidente por meio de uma representação do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) do Centro de Florianópolis. Diante desse episódio e de outras ocorrências semelhantes, o órgão iniciou um procedimento administrativo para apurar o encaminhamento de pessoas vulneráveis para a capital catarinense.
Além disso, o MPSC está investigando casos de encaminhamento forçado, não consensual ou enganoso de pessoas em situação de rua de São José e Criciúma para Florianópolis, com recomendações sendo enviadas para esses municípios após a conclusão das investigações.
O relatório do Conseg revela que há suspeitas de vários ônibus realizando procedimentos irregulares semelhantes, indicando que as pessoas desembarcadas podem não possuir condições mínimas para se estabelecer em Florianópolis. O promotor de Justiça Daniel Paladino enfatiza que, embora nem todas as pessoas vindas da Bahia estejam em situação de rua, muitas delas podem acabar contribuindo para o aumento dos sem-teto na cidade. A prefeitura de Teofilândia foi solicitada a prestar esclarecimentos sobre a viagem, sua regularidade, o responsável pelo pagamento do serviço e o motivo pelo qual as pessoas foram deixadas na marginal da Beira-Mar em vez da rodoviária Rita Maria.