Pais prometem realizar protesto em frente à unidade de ensino nesta segunda-feira
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do professor de 34 anos suspeito de estuprar alunas na Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol, em Cocal do Sul, na última sexta-feira, dia 26. Ele é acusado de levar as estudantes, que possuem entre 8 e 9 anos, para uma sala da unidade de ensino e abusado das meninas.
O professor foi preso em flagrante ainda no dia em que o crime teria ocorrido. Para a mãe, uma das vítimas relatou que o professor havia feito “coisas estranhas” com ela. A menina disse que foi levada para uma sala, onde foi vendada e que o suspeito teria colocado algo na boca dela, possivelmente o pênis, e que ela teria vomitado.
O suspeito teria sido detido em casa e encaminhado para a Central de Plantão Policial de Criciúma (CPP) para prestar depoimento. O Portal Engeplus apurou que para a Polícia Militar (PM), ele alegou que havia levado as meninas até a biblioteca para fazer uma brincadeira de colocar um pirulito na boca das alunas para elas adivinharem o sabor.
Caso em sigilo
Na CPP, o professor prestou depoimento e, como o caso está em sigilo por envolver crianças, os detalhes do relato do suspeito não podem ser divulgados. O critério utilizado pela Polícia Civil para pedir a prisão preventiva foi a garantia da ordem pública. A prisão preventiva ocorre quando o acusado fica preso enquanto aguarda julgamento, antes mesmo de sua condenação ou não. O pedido foi encaminhado ao Poder Judiciário, que analisará se defere ou não a solicitação. O suspeito está no Presídio Regional de Criciúma.
“O que está sendo investigado é um crime grave e que aconteceu com mais de uma criança. Ele ser mantido em cárcere neste momento eu acredito que seja a melhor opção para a todos”, explicou o delegado plantonista da CPP, Gabriel Luiz Marcondes.
Em um primeiro momento, a suspeita era de que quatro crianças teriam sido vítimas do professor na última sexta-feira. “Na verdade, eu ouvi familiares de duas meninas que supostamente teriam sido abusadas na sexta-feira. Conversei também com pais de uma outra aluna que teria sido vítima, mas tempos atrás, e de uma quarta estudante que não teria sido vítima, mas que teria presenciado o fato na última sexta-feira”, acrescentou a autoridade policial.
Professor exonerado
O secretário de Educação da Prefeitura de Cocal do Sul, Luis Carlos de Melo, confirmou que o professor não faz mais parte da rede de ensino do município. “Esta foi a primeira medida administrativa que tomamos”, frisou. “Ao mesmo tempo, colocamos toda a equipe jurídica da prefeitura e da secretaria para os pais e também apoio psicológico para os alunos e familiares se precisarem. Estamos estudando ainda outras medidas cabíveis. Mas neste momento estamos concentrados na assistência para as famílias”, emendou.
A exoneração do suspeito de cometer o crime deve ser publicada nesta segunda-feira, dia 29. “Ele é um professor ACT, fez uma prova no fim do ano e quando chegou a vez dele na listagem ele foi chamado. Só que ele não faz mais parte da equipe”, reforçou.
Pais das alunas envolvidas no caso também criticam a postura da diretora da escola. Segundo elas, a servidora não teria acionado os pais na unidade de ensino e alegou que trataria o caso somente nesta segunda-feira. Melo acrescentou que a Secretaria de Saúde está apurando a conduta dos profissionais da unidade de ensino em relação ao caso.
“Eu ouvi e questionei a diretora e outros servidores da escola para entender o que aconteceu e saber de que forma a escola agiu e o procedimento que a escola tomou ou deixou de tomar. Diante de todas essas informações, vamos buscar a melhor forma possível para verificar o caso”, disse.
O secretário acrescenta ainda que a diretora segue no cargo enquanto as acusações são apuradas. “Na segunda-feira ela não vai trabalhar. Até o momento não chegou nenhum pedido dela para afastamento do cargo e nós também não tomamos ainda nenhuma decisão neste sentido. Temos que tomar cuidado e agir com muita cautela”, pontuou.
Protesto
Pais e alunos da Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol estão organizando uma manifestação nesta segunda-feira, dia 29. O ato acontecerá em frente à unidade de ensino, a partir das 7 horas. “Chega de casos abafados pela direção. Levem cartazes, vamos juntos pedir condutas eficazes”, diz uma postagem nas redes sociais que chama o público para o protesto.
Com informações do Engeplus