Em apenas dois meses, Estado confirmou mais de 300 mil casos da doença e mais de mil mortes; para especialista, cenário ainda é de alerta
A chegada da variante Ômicron trouxe um cenário de incerteza para Santa Catarina durante os dois primeiros meses do ano. Segundo dados do Painel do Coronavírus, do NSC Total, só entre janeiro e fevereiro, foram confirmados 371.203 casos e 1.198 mortes pela doença. Porém, nos últimos dias, números tem apresentado queda, uma tendência esperada pelo Governo do Estado, mas que ainda é motivo de alerta, segundo especialistas.
O último mês começou com 67.036 casos ativos da Covid-19, um aumento de 1.387,04% em relação ao começo de janeiro, quando eram 4.508 casos. Porém, a partir de 3 de fevereiro, o número de pacientes em tratamento da doença no Estado caiu gradativamente.
Em 28 de fevereiro, por exemplo, eram 19.046 ativos, uma queda de 71,58% em um mês. Nesta terça-feira (8), Santa Catarina acumulava 10.156 casos de pessoas que ainda podiam transmitir o vírus.
Para o infectologista Amaury Mielle, no entanto, o cenário não significa estabilidade, principalmente com o risco do surgimento de novas variantes.
— Nós temos uma subvariante que ainda não temos ideia se está circulando de maneira importante no Brasil que é mais transmissível que a Ômicron. Se ela encontrar um panorama favorável, pode, sim, haver maior contágio e a curva voltar a subir — explica.
Óbitos crescem em fevereiro
As mortes, no entanto, tiveram um salto significativo no último mês. De acordo com o Painel, em fevereiro, Santa Catarina registrou 718 óbitos por Covid-19. Foi o maior número de vítimas desde julho de 2021, quando foram 1.076.
Ao todo 49,83% das cidades catarinenses tiveramo mortes pela doença em fevereiro. Joinville, no Norte do Estado, foi a cidade com o maior número de vítimas, com 86, seguida de Florianópolis, com 53, e depois Blumenau, com 81.
Apesar disso, o secretário de Estado da Saúde André Motta Ribeiro afirma que o cenário de gravidade da doença foi menor que o esperado, principalmente por conta das vacinas.
— Nós tivemos em janeiro mais que o dobro de casos do que em janeiro do ano passado. Isso mostra que a vacina é a melhor arma contra a pandemia, o que não deixa dúvidas da sua qualidade — diz.
Apesar disso, o secretário de Estado da Saúde André Motta Ribeiro afirma que o cenário de gravidade da doença foi menor que o esperado, principalmente por conta das vacinas.
— Nós tivemos em janeiro mais que o dobro de casos do que em janeiro do ano passado. Isso mostra que a vacina é a melhor arma contra a pandemia, o que não deixa dúvidas da sua qualidade — diz.
Para especialistas, medidas adotadas foram precoces
Com a queda no número de casos, diversos municípios têm criado decretos afim de afrouxar as regras no combate a pandemia. O principal deles e que tem causado polêmica diz questão ao uso de máscaras em ambientes abertos e fechados.
O próprio governo do Estado, em 2 de março, desobrigou o uso do equipamento de proteção em crianças nas escolas. Uma medida que, segundo o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, foi tomada com base em análises dos comitês de saúde.
— Santa Catarina é referência no enfrentamento da pandemia e também na observação de cenário. Apenas dissemos que ela não é mais obrigatória, mas continua sendo uma recomendação, para que as pessoas tenham livre-arbítrio se querem usá-las — salienta.
Porém, o infectologista Amaury Mielle acredita que a medida ainda é muito precoce, dado o cenário atual da pandemia.
— Medidas de relaxamento, como o não uso de máscaras, é muito precoce. Não estamos no momento para permitir flexibilização. Nós sabemos que o uso é a ferramenta mais eficaz para a prevenção. E isso é um reflexo da bagunça que é o enfrentamento da pandemia no Brasil — justifica.
Com informações do NSCTotal