Por enquanto alta de casos de Covid-19 não se traduziu em casos graves, avalia Motta; pessoas com menos de 40 anos correspondem a quase metade das internações
Apesar da alta de casos de Covid-19, as hospitalizações e internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) seguem “tranquilas”, avalia o secretário estadual de Saúde, André Motta Ribeiro. Nesta quarta (5), Santa Catarina tinha 124 pacientes internados em UTI e cerca de 500 leitos disponíveis.
“Não temos nenhum movimento diferente. Não houve ainda tradução do numero de casos em gravidades. Quando houver, e se houver, o Estado terá suas atribuições”, afirmou Motta. Com a alta quantidade de leitos, a situação também não motiva a abertura de novos leitos, segundo a pasta.
A Grande Florianópolis, região com o maior aumento de casos, tem 42,86% dos leitos (36) de UTI Covid-19* ocupados nesta quarta-feira (5). É a segunda ocupação mais alta. A SES estima que a região registre 1257 novos casos até o dia 11 – a região com a pior previsão.
A região com mais leitos Covid-19 ocupados é o Norte de SC, com 43,57% . Os hospitais totalizam 79 unidades disponíveis neste momento. Depois vêm Vale do Itajaí (21,82%), Sul (20,88%), Grande Oeste (18,33%), Foz do Rio Itajaí (17,46%) e Meio-oeste e Serra (2,20%).
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Taxa de ocupação dos leitos restritos para a Covid-19 em SC. Os dados são da tarde desta quarta – Foto: Reprodução/SES
Reaceleração de casos
Atualmente cerca de 45% – a maior parte – das internações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) é de pessoas com menos de quarenta anos, tanto em hospitais ou UTI. A síndrome é quadro mais grave de Covid-19, podendo ser provocado também por outras infecções.
Com cerca de 288 casos diários previstos para os próximos dias, o cenário altera a melhora que vinha sendo registrada. Entre os dias 21 de novembro e 5 de dezembro a taxa de pacientes internados em leitos normais caiu 73% no Estado. Nas UTIs, a queda foi de 91%.
Desde o período a quantidade de pessoas com SRAG por conta da Covid-19 é menor do que por outras infecções. Nas duas últimas semanas de 2021 aumentaram as internações moradores com idades entre 60 e 69 anos e dos idosos com mais de 80. Elas ainda não superam as hospitalizações dos mais jovens.
Mortes previstas
A Secretaria Estadual de Saúde estima que 38 mortes devam ser registradas por conta do vírus entre os dias 2 e 11 de janeiro – uma média de quatro mortes diárias. As projeções epidemiológicas foram divulgadas nesta terça-feira (4).
Em entrevista ao ND+ na última segunda-feira, a professora Fabiana Trevisol, professora e epidemiologista da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), destacou que a variante Ômicron, apontada como responsável pela atual onda, é mais veloz mas menos letal.
Levando em consideração a experiência de outros países, a possível nova onda não deve resultar em tantas internações com as anteriores. “Embora a variante seja mais transmissível e acometa pessoas com vacinação completa, a tendência é que sejam casos assintomáticos e leves”.
Com informações do ND+