Segundo a SES, público que precisa ser vacinado nessa faixa etária é de cerca de 200 mil pessoas
A vacinação de crianças de três e quatro anos contra a Covid-19 anda a passos lentos em Santa Catarina. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), até esta segunda-feira (25), apenas 524 menores foram imunizados. A situação preocupa porque o Estado enfrenta uma crise na saúde e já chegou a registrar fila de espera por leitos neonatais e pediátricos.
A vacinação desta faixa etária começou no Estado na última terça-feira (19). A liberação ocorreu uma semana depois da aprovação do uso da Coronavac pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para esse público. O motivo alegado pela SES era falta de uma nota técnica do Ministério da Saúde com orientações sobre a aplicação das doses.
Segundo dados do próprio Estado, cerca de 200 mil crianças desta idade devem ser imunizadas. Com o número baixo de vacinação até agora, a estimativa é que somente 0,26% do público recebeu a vacina.
A infectologista pediatra Sônia Maria de Farias destaca que a vacina é segura e que o uso em crianças dessa idade já ocorria no Chile.
— Além dos testes que comprovam a segurança, temos dados da vida real porque ela já era aplicada em outro país nas crianças — comenta.
O momento também é de maior incidência dos vírus respiratórios, diz a médica. Além da Covid-19, as maiores notificações de gripe e resfriado são durante o inverno.
— Para a gripe e Covid temos vacinas, a primeira aplicada a partir dos seis meses de idade. É importante e seguro vacinar — completa.
A vacinação das crianças de 3 a 4 anos é feita com a Coronavac. O regime de aplicação é de duas doses em um intervalo de 28 dias entre elas.
Questionada, a SES disse que vê os números com preocupação. “Desde o início da pandemia já foram notificados 11.943 casos de covid em crianças de 3 a 4 anos, dos quais 190 foram hospitalizados e seis morreram em decorrência da Covid. além disso, várias crianças que se recuperam da covid podem desenvolver a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), além da covid longa, que causam problemas crônicos de saúde, disse a pasta.
A secretaria disse ainda que discutirá na quinta-feira (28) uma nova ação de fortalecimento das coberturas vacinais pediátricas, dentre as quais a Covid-19.
Com informações do NSCTotal