Na Região Carbonífera, a maioria dos municípios não atingiu nem 25% do público-alvo destinado à imunização
O apelo é constante pela vacinação contra Covid-19. Desde que a imunização das crianças de cinco a 11 anos foi aprovada no Brasil, autoridades buscam incentivar as famílias a levarem os pequenos aos postos e unidades de saúde. Na Região Carbonífera (Amrec), a baixa adesão nos municípios é praticamente unânime. Das doze cidades da associação, apenas Treviso atingiu mais de 40% do público-alvo. Os demais não bateram sequer 25%.
“Percebemos que há certa dificuldade de procura e, talvez, tenha a ver com essa polêmica que se criou entorno da vacina. Polêmica, no meu ponto de vista, até descabida, porque doença infecciosa nós protegemos imunizando”, comenta o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro. “A discussão do benefício da vacina não é só no Brasil, mas no mundo inteiro. É um momento delicado, as pessoas têm opiniões contrárias não baseadas na ciência”, frisa.
Segundo o secretário, esse não é o único fator que implica na situação. “Há uma dificuldade extrema de registro das doses por conta do que acontece no sistema nacional. É bem provável que a gente tenha um número maior de crianças vacinadas do que temos registrado”, explica o secretário de Saúde. Hoje, conforme o vacinômetro de Santa Catarina, apenas 8,18% do público infantil, de cinco a 11 anos, recebeu o imunizante.
Na Região Carbonífera, o único município que está mais próximo de atingir a vacinação da metade do público-alvo é Treviso, com 41,54%. Depois vem Morro da Fumaça, com 22,88%; Nova Veneza, com 21,58%; Cocal do Sul, 21,48%; Lauro Müller, 20,36%; Criciúma, 20,06%; Orleans, 20%; Siderópolis, 18,26%; Balneário Rincão, 17%; Urussanga, 14,30%; Içara, 10,01% e Forquilhinha, 6,8%.
Apesar da baixa adesão à imunização das crianças, as doses não estão sobrando nos postos de saúde. “Nós enviamos o quantitativo que o município manifesta que precisa. Quando acontece de lentificação do processo, há uma maneira de recompensar, trazendo de uma cidade para outra para que não se perca a validade. Alguns têm usado rapidamente, outros nem tanto, mas aqueles que se sentem fragilizados pela data próxima do vencimento, acabamos remanejando para outro que tenha mais agilidade”, comenta.
Mobilização nas redes sociais
O Governo do Estado trabalha ativamente nas redes sociais a fim de mobilizar as famílias a vacinarem as crianças. “Nós falamos da necessidade da imunização, inclusive, a possibilidade de fazer de forma intradomiciliar. Vários municípios toparam a ideia. Estamos lembrando que as cidades catarinenses participem das campanhas, que façam adesão, criem atividades lúdicas, para que possam atrair as crianças”, defender Motta.
As recomendações seguem indispensáveis, mesmo com a imunização. “E, para sair da pandemia, vacina no braço das pessoas. Aqui, fica mais uma vez a minha solicitação e meu apelo para que todos procurem as unidades e postos de vacinação, para que possamos imunizar os catarinenses e sair, de uma vez por todas, dessa pandemia”, finaliza o secretário de Saúde.
Vacinação das crianças de cinco a 11 anos na Amrec:
Município | Crianças vacinadas | Público total | Percentual atingido |
Balneário Rincão | 204 | 1.200 | 17% |
Cocal do Sul | 316 | 1472 | 21,48% |
Criciúma | 3.706 | 18.500 | 20,06% |
Forquilhinha | 183 | 2.874 | 6,8% |
Içara | 501 | 5.000 | 10,01% |
Lauro Müller | 282 | 1.385 | 20,36% |
Morro da Fumaça | 366 | 1.600 | 22,88% |
Nova Veneza | 270 | 1251 | 21,58% |
Orleans | 390 | 1950 | 20% |
Siderópolis | 187 | 1.024 | 18,26% |
Treviso | 135 | 325 | 41,54% |
Urussanga | 219 | 1.531 | 14,30% |
Fonte: Dados mais recentes das Secretarias de Saúde e Vigilâncias Epidemiológicas dos Municípios da Amrec