Entre os signatários, estão Arminio Fraga, economista e ex-presidente do BC, e Candido Botelho Bracher, ex-presidente do Itaú
Empresários, banqueiros, juristas e outros representantes da sociedade têm se articulado para reafirmar a confiança no sistema eleitoral, em meio à escalada dos ataques feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Nesta terça-feira (26), a Faculdade de Direito de USP publicou a lista de signatários de um manifesto que defende a democracia e o processo eleitoral marcado para outubro.
Entre os signatários, estão Arminio Fraga, economista e ex-presidente do Banco Central, Candido Botelho Bracher, ex-presidente do Itaú, Claudio Haddad, ex-presidente do Insper, José Guimarães Monforte, ex-presidente do Conselho de Administração do BB, e José Olympio Pereira, ex-presidente do Credit Suisse no Brasil.
Também assinam o documento Maria Sílvia Bastos e Luciano Coutinho, economistas e ex-presidentes do BNDES, Pedro Moreira Salles, presidente do conselho administrativo do Itaú Unibanco, e Roberto Setubal, ex-presidente do Banco Itaú,
A lista completa de signatários pode ser vista no arquivo publicado nesta terça-feira pela faculdade.
No último sábado (23), reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicou a íntegra do documento, que menciona que o Brasil tem três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), "todos independentes, autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior, a Constituição Federal".
O documento também reforça a defesa ao sistema eletrônico de votação e apuração, que tem sido alvo de ataques sistemáticos do presidente Bolsonaro, em segundo lugar nas pesquisas eleitorais.
"Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis, assim como a Justiça Eleitoral."
O documento destaca que com a proximidade das eleições, o país passa por um momento de perigo para a normalidade democrática, risco às instituições e insinuações de desacato ao resultado do pleito.
"Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o Estado democrático de Direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional", segue o texto.
O acirramento dos ataques do presidente às urnas e o risco de um novo ato com discursos golpistas marcado para o 7 de Setembro têm unido empresários, executivos e banqueiros em demonstrações públicas de defesa da democracia.
Entidades preparam segundo manifesto
Na esteira da nova edição da carta, um segundo texto (feito por entidades, sindicatos e associações empresariais) também está sendo preparado.
Eventos com esse objetivo estão programados para 11 de agosto, na Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), em São Paulo, com a leitura dos diferentes manifestos.
Um deles deve reunir empresários e representantes da sociedade, às 10h, no Salão Nobre, quando será lido o manifesto das entidades empresariais e associações. No outro, às 11h30min, será feita a leitura da nova edição do manifesto "Carta aos Brasileiros" no pátio da faculdade.
Com informações do NSCTotal