A Polícia Civil de Passo de Torres conclui o inquérito policial que apurou as causas do rompimento de um cabo da ponte pênsil, que liga a cidade ao município vizinho de Torres. As investigações foram finalizadas sem indiciamentos.

O acidente aconteceu na madrugada do dia 20 de fevereiro de 2023, quando um grupo de pessoas estava sobre a travessia. Parte delas caiu na água, mas conseguiu sair. O jovem  Brian Grandi, de 20 anos, foi uma das vítimas e oúnico a morrer em decorrência do fato. O corpo dele foi encontrado três dias depois na orla da Praia Azul.

No inquérito policial, o delegado André Coltro, da Delegacia de Passo de Torres, e que passou a coordenar as investigações quando elas já estavam em andamento, relatou que não foi possível identificar “responsabilidade subjetiva por parte de algum agente público ou particular na queda da ponte que, através de sua conduta ou omissão, por si só, tivesse dado causa ao acidente”.

Coltro acrescenta ainda que, em 2019, o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina já havia feito uma inspeção na ponte e apontou problemas estruturais. Depoi do acidente, peritos também indicaram. O cabo que rompeu também estava com oxidações, além de sua capacidade reduzida de sustentação de carga. O laudo levantou ainda que havia corrosão em grampos de fixação e que os mesmos estavam em desconformidades com as normas. Outros pontos de desgastes também foram identificados. Havia placas nos pórticos de acesso da ponte informando da capacidade máxima de 20 pessoas.

“Mas não foi possível afirmar que se houvesse apenas as 20 pessoas permitidas na ponte, mesmo com todos os problemas encontrados, o acidente aconteceria. E, ao mesmo tempo, não é possível afirmar que o número de pessoas sobre a ponte foi o único causador do incidente”, disse Coltro.

Mais de 30 pessoas que estavam sobre a ponte prestaram depoimentos. A Prefeitura de Passo de Torres apresentou documentos que mostram que o município executava as manutenções corretivas e que em 2015 a ponte foi revitalizada. Em 2021 ocorreu nova tentativa junto ao Governo de Santa Catarina para outra revitalização.

“Houve uma sobrecarga na ponte e as pessoas ainda fizeram o uso inadequado, como balançar e pular. As atitudes, somadas a não manutenção adequada, foi o que verificamos que teria ocasionado a ruptura do cabo”, completou o delegado.