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Nova espécie de sapo com 1 cm é descoberta por cientistas em SC

Pingo-de-ouro-do-tabuleiro é considerado microendêmico, pois só ocorre em topos das montanhas da Serra do Tabuleiro, na Grande Florianópolis. Pesquisa foi publicada na revista científica "Vertebrate Zoology".

01/08/2023 17h48 | Atualizada em 01/08/2023 18h03 | Por: Redação | Fonte: g1 SC
Divulgação

Uma nova espécie de anfíbio foi descoberta no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, na Grande Florianópolis, informou o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). O local é a maior unidade de conservação do estado.

Segundo o órgão, o pingo-de-ouro-do-tabuleiro (Brachycephalus tabuleiro), como foi chamado, possui entre 1 cm e 1,3 cm e é considerado microendêmico dos topos das montanhas da Serra do Tabuleiro, pois não ocorre em nenhum outro local do planeta.

A descrição da nova espécie, resultado do trabalho de sete cientistas brasileiros, foi publicada em 14 de julho na revista científica "Vertebrate Zoology". O trabalho foi liderado pela bióloga Sarah Mângia.

Conforme o IMA, o animal vive somente entre as folhas caídas no meio das florestas úmidas acima de 800 metros de altitude.

“Foi com muita paciência que, após muitas horas vasculhando a serapilheira no meio da Mata Atlântica, encontramos o primeiro indivíduo dono daquele som que nos chamou a atenção. Vibramos de alegria ao perceber que poderíamos estar diante de uma novidade científica", conta Mângia.

A confirmação da nova espécie, segundo ela, veio após análises de DNA, morfologia externa, morfologia óssea e bioacústica, além de "comparações com as outras espécies de Brachycephalus já conhecidas".

O gênero Brachycephalus tem distribuição apenas na Mata Atlântica da Bahia até Santa Catarina, e compreende sapos muito pequenos, que estão entre os menores vertebrados do planeta.

O gênero em SC

Segundo o biólogo do IMA e coordenador do parque, Marcos Maes, o gênero tem uma "história evolutiva muito característica". Só em Santa Catarina, são oito espécies, segundo ele, contando com a nova descoberta.

"Ele existia em toda essa região, e conforme o clima começou a esquentar, e começou também o processo de formação de montanhas, ele [o gênero] acabou ficando restrito a esses morros", explica.

Como as espécies do Brachycephalus, segundo ele, vivem apenas em temperatura amena e clima úmido, "acabaram se isolando nessas montanhas".

"Quando as espécies ficam isoladas em pequenos grupos, é o principal processo que existe para formação de novas espécies. Então, é por isso que há tantas espécies [na região]", explica.

O parque

Maes afirma que a descoberta revela a importância das áreas protegidas. Ele destaca que o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro possui outras espécies únicas, como a Commelina catharinensis e o Cavia intermedia.

"Essa descoberta evidência novamente a posição do Tabuleiro como limite de distribuição ao Sul de diversas espécies e grupos. Isso ratifica ainda mais a efetividade do Tabuleiro na proteção da biodiversidade e o marca como uma das mais importantes unidades de conservação”, comenta.

Maior unidade de conservação de proteção integral de Santa Catarina, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro possui 84.130 hectares e é administrado pelo governo estadual, através do IMA, com cogestão do Instituto Çarakura.

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