O edital de licitação da primeira etapa de desassoreamento do rio Sangão será protocolado no início da tarde desta sexta-feira, dia 23, pela Prefeitura de Forquilhinha. A perspectiva é que a empresa que executará a obra inicie os trabalhos em agosto, com previsão de conclusão em fevereiro de 2024, e retire 200 mil metros cúbicos de lixo do rio na área do bairro Cidade Alta.

O coordenador regional da Defesa Civil, Rosinei da Silveira, explica que a eficiência do projeto depende exclusivamente de dois fatores: força da natureza e intervenção humana. Isto quer dizer que a limpeza profunda do rio foi calculada com base nas enchentes registradas no bairro Cidade Alta e de acordo com o histórico de chuva nesta região. E que a eficiência do resultado dependerá do cuidado da população com o rio. 

“Precisa que toda a população da margem do rio Sangão, desde os que estão próximos às nascentes como em Siderópolis, passando por Criciúma, Forquilhinha e Maracajá, estejam conscientes de manter o rio limpo e a mata ciliar equilibrada para contribuir na prevenção das inundações. Sempre que tiverem necessidade, chamar a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros para analisar as necessidades urgentes. É preciso ter comportamento equilibrado e atentar para as situações do rio e mantê-lo vivo”, afirma. 

A obra está orçada em R$ 10 milhões, sendo R$ 5 milhões destinados pela Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil de Santa Catarina. O restante é fruto de emendas parlamentares federais e do Governo Federal, além de recursos próprios da Prefeitura de Forquilhinha, que custeou o projeto. 

“Quando se trata de natureza, que é um organismo vivo, a engenharia trata sobre os últimos dados de inundação. O projeto foi feito em cima dos últimos índices de inundação. O que  está sendo feito é para evitar as inundações nos moldes que foram apresentados até agora. O desassoreamento do rio foi pensado e planejado de acordo com dados científicos”, explica Silveira.

O prefeito de Forquilhinha, José Claudio Gonçalves, o Neguinho, também alerta para que a população mantenha o rio limpo para que o resultado da obra permaneça eficiente. “Andei de bote lá dentro e vi muita garrafa pet, muito sofá, cadeira, banco, capa de liquidificador… tenho que dar ênfase nesta campanha de conscientização da comunidade. Cada metro cúbico que tirar de dentro do rio estará minimizando o efeito da cheia. Em um mês de trabalho já vai ser possível fazer uma limpeza considerável”, justifica. 

Entre os bairros beneficiados com o desassoreamento do rio Sangão estão Cidade Alta, Ouro Negro e Nova York, todos em Forquilhinha, além do Sangão, em Criciúma. O prefeito de Forquilhinha afirma que vai encaminhar um ofício solicitando verba da Prefeitura de Criciúma para custeio de 50% da obra. Caso isto não se confirme, Neguinho promete judicializar a questão. Ao Portal Engeplus, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, disse que não vai se manifestar sobre o assunto.