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Anjos do Be(m): menino vítima de pneumonia grave visita Sarasul e emociona equipe que salvou sua vida

Cumprindo promessa, família vende carro e doa R$ 20 mil em equipamentos para o serviço

01/09/2023 15h07 | Atualizada em 01/09/2023 15h07 | Por: Redação | Fonte: Engeplus
Divulgação

A vida de Bernardo é a representação da importância do Serviço de Atendimento e Resgate Aeromédico do Sul (Sarasul/Saer). No dia 22 de junho de 2021, quando tinha apenas dois anos de idade, o pequeno corria risco de morrer e foi salvo depois de ser transportado de Praia Grande, cidade onde mora, até o Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC) em Criciúma.

Com febre intensa, um dia antes de receber o atendimento da equipe da aeronave, o menino deu entrada no Hospital Nossa Senhora de Fátima, ainda em Praia Grande. O quadro de saúde se agravou ao longo da madrugada e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Santa Rosa do Sul foi acionado no dia seguinte para uma transferência de unidade hospitalar, mas o deslocamento por terra não seria possível.

 

“Ele já estava muito debilitado, perdeu temperatura e a equipe do Samu confirmou que se ele fosse levado de ambulância teria chance de ele não sobreviver. Então eles optaram por chamar o helicóptero”, conta Joilson Rodrigues, arquiteto e pai de Bernardo.

Imediatamente a aeronave decolou em Criciúma e menos de 20 minutos depois pousou no Estádio Municipal de Praia Grande, onde “Be”, como o menino é carinhosamente chamado pela equipe do Sarasul, já esperava por atendimento.

“Logo identificamos que ele estava com um quadro infeccioso grave e ainda havia uma dificuldade de acesso venoso para medicação. Não tínhamos muito certeza do que ele tinha, mas não estava descartada nem mesmo uma infecção generalizada. Ao longo do trajeto não realizamos nenhuma intervenção médica. A situação realmente era grave”, lembra Mateus Volpato, médico do Sarasul que estava de plantão no dia da ocorrência.

Uma pneumonia grave

A ideia inicial era levar Bernardo até o Hospital Regional de Araranguá (HRA). Só que a gravidade do caso fez os profissionais do Sarasul logo identificarem que o quadro de saúde do menino precisava de um atendimento especializado, até mesmo de um possível leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A decisão, então, foi levar o pequeno “Be” até o HMISC.

Depois de uma série de exames, veio o diagnóstico: Bernardo estava em com uma pneumonia grave. “A enfermeira estava preparando ele já para levá-lo para a UTI. Dentro do hospital fiz uma promessa de que se meu filho melhorasse eu venderia um bem meu para ajudar as instituições de saúde que nos atenderam”, revela a contadora Patricia Mezzari, mãe de Bernardo.

O momento era de aflição. Em tempos de pandemia, se fosse levado para a UTI, o menino não teria a companhia de seus pais, já que a situação sanitária no país impedia até mesmo visitas na unidade de tratamento intensivo.

“Mas o Bernardo não precisou ir para a UTI. Ele começou a melhorar e foram sete dias internados, até receber alta e depois voltar para casa para terminar o tratamento. Ele não tem nenhuma sequela. É um menino saudável. Foi um milagre”, recorda a mãe emocionada.

Promessa cumprida

Passados mais de dois anos e com Bernardo já com quatro anos de idade, a família definiu que era o momento de cumprir a promessa feita por Patricia enquanto torcia pela vida do filho dentro do hospital. O carro dela foi vendido e nessa quinta-feira de 31 de agosto de 2023 eles fizeram a entrega de equipamentos para o Sarasul/Saer. Os materiais custaram R$ 20 mil.

“A gente sabe que é um valor não muito representativo para o tamanho dos investimentos que o serviço precisa, mas foi a forma que encontramos de agradecer pelo atendimento. A gente não tem nem palavras para descrever o que esses profissionais fizeram pela nossa família”, acrescenta o pai.

O tempo de espera até a visita foi um processo de superação do trauma. “A gente chegava a passar aqui na frente da sede do Sarasul, mas não tínhamos coragem de entrar. Tudo ainda nos trazia uma lembrança muito forte daquele dia. Hoje estamos aqui emocionados, mas Graças a Deus é por um bom motivo”, pontua Patricia com a voz embargada .

O choro da mãe foi compartilhado pelos tripulantes do helicóptero. Enfermeiro da equipe no atendimento, Magdiel Domingues não esconde a emoção ao ver o menino correndo e brincando pela sede do Sarasul/Saer.

“Nós atendemos pacientes adultos e crianças e conseguimos, por meio do nosso trabalho, mudar o destino da vida deles. É natural que depois do atendimento a gente não tenha mais contato com muitos deles, mas quando alguns retornam para nos agradecer é muito gratificante. É legal demais ver hoje o Bernardo saudável, feliz e a gente poder também compartilhar deste momento”, diz o enfermeiro.

Doação essencial para a prestação do serviço

Com o dinheiro doado pela família foram adquiridos equipamentos para atendimentos de ocorrências médicas e de resgate. Entre os objetos estão cordas, cordeletes, capacetes, mosquetões, selos de tórax, torniquetes, gazes israelenses, mantas térmicas e bolsas que geram calor para aquecer os pacientes.

O investimento vai impactar diretamente na qualidade do serviço prestado. “Foi um gesto nobre e lindo a contribuição da família. Nós temos equipamentos, mas que acabam se deteriorando, porque possuem um tempo adequado de uso. E esses novos possuem certificações internacionais, o que traz mais segurança para a equipe e pacientes”, destaca o médico e coordenador do Sarasul, Alexandre Costa.

O delegado do Saer, Gilberto Mondini, lembra que o atendimento aeromédico ocorre de uma parceria entre o Governo de Santa Catarina, por meio da Polícia Civil, com municípios da região Sul. Enquanto o Estado é responsável pelo aluguel do helicóptero, pelo combustível da aeronave e por pagar os policias que atuam no serviço, as associações de municípios (Amrec e Amurel) rateiam o valor dos custos dos médicos, enfermeiros, farmacêuticos e insumos.

“Os equipamentos que temos são todos emprestados ou doados. É um gesto de amor dessa família, porque, com certeza, com esses equipamentos, assim como socorremos o filho deles, vamos salvar várias outras vidas. Os equipamentos serão utilizados pela nossa equipe, mas quem vai de fato se beneficiar é a população que vai ser atendida pelo serviço”, enaltece o delegado.

Em quase três anos de funcionamento, o Serviço de Atendimento e Resgate Aeromédico do Sul já se aproxima de 500 ocorrências atendidas. Além da doação feita para o Sarasul, Joilson, Patricia e Bernardo também planejam doações para os hospitais onde foram atendidos.

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