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Esportes

Pai de jogador do Avaí deixa carreira e vira cozinheiro do clube

Claudio se mudou de Porto Velho, em Rondônia para Florianópolis só para acompanhar de perto o sonho do filho

15/08/2022 06h07 | Atualizada em 14/08/2022 19h54 | Por: Redação | Fonte: NSCTotal
Divulgação

O que um pai faria para apoiar o sonho do filho? Da arquibancada para a cozinha, Claudio se mudou de Porto Velho, em Rondônia para Florianópolis. Para acompanhar de perto o sonho do filho, o goleiro do Avaí de 22 anos, Cláudio Vitor, ele deixou a carreira de 23 anos no serviço público para se tornar cozinheiro do time. A história é do ge SC. 

No futebol, é comum que jogadores se mudem de cidade em busca de profissionalização. Cládio Vitor começou novo, aos 13 anos, escolheu uma atividade no contraturno escolar. 

— Tudo começou em 2013 para 2014, na escola do Avaí lá em Porto Velho, fiz testes por lá. Não conhecia tanto o clube, fui goleiro direto. Minha avó pediu para começar algo no esporte. Fiquei três meses na escolinha — disse o goleiro.

O pai do goleiro foi surpreendido pelo talento relevado pela escolinha. 

— Antes, eu falava que futebol não era para ele, quando jogava com os adultos. Na escolinha, com mais ou menos uns 15/20 dias, o pessoal começou a dizer assim “Seu Cláudio e dona Meire, venham ver os treinos do Vitor aqui, porque ele é bem diferenciado”. Eu até falei para um amigo meu, que na época era coisa de momento, que ia passar — disse o pai do arqueiro.

O gosto que acreditava ser "passageiro", começou a ser reconhecido, e rápido.

— O colega disse que tinha experiência e para a gente prestar atenção. Com 20/30 dias eles pediram autorização para que ele participasse de uns campeonatos. Comecei a prestar atenção, ver os treinos. Primeiro campeonato, melhor goleiro. Quinze dias depois, outro campeonato, melhor goleiro. Depois, mais um campeonato, melhor goleiro de novo — completou o pai.

Logo, a oportunidade de vir para Florianópolis surgiu. Nos testes na Ressacada, Cláudio Vitor chamou a atenção e passou a atuar na base do Leão da Ilha. Ali, a família se movimentou para viabilizar o sonho do garoto. Se mudaram para a Capital a mãe e um dos irmãos. Em Porto Velho, ficou o o pai, que era servidor público municipal. 

— Eu devo muito à minha mãe, ela foi a guerreira. Eu sou o caçula, não podia ir na esquina que eu chorava. O começo foi difícil. Mas ela me ajudou bastante — disse o jogador.

O pai visitava quando podia, e viajava de uma ponta a outra do país, para ver a família. 

— Funcionário público de educação de Porto Velho, tinha 23 anos de casa, mas eu vinha. Tirava um mês de férias, licença premium, fiquei 90 dias aqui para participar um pouco, ficar com a família, acompanhar — falou Cláudio.

E ele estava na arquibancada da Ressacada em 2018, quando Cláudio Vitor substituiu Kozlinski aos nove do primeiro tempo na virada do Avaí sobre o Joinville, pelo Catarinense.

— Cheguei um dia antes do jogo, vim pra assistir. Ele ia ser segundo goleiro. Só de ver ele entrando em campo é um negócio impactante. Quando aconteceu o incidente com o Kozlinski, no primeiro tempo, e pediu substituição, aí ele entrou. O coração veio na garganta. Fui me ajustando, me controlando, respirando e deu tudo certo e ele fez uma boa atuação — completou.

Foi o "empurrãozinho" para que ele decidisse se mudar para a Capital catarinense. No ano seguinte, ele pefiu para deixar o cargo e começou a fazer bicos em Florianópolis.

— Em março de 2019 surgiu a oportunidade. Uns amigos falando para dar uma passada no Avaí, porque fiz amizade frequentando os treinos, que de repente podia rolar alguma coisa e realmente aconteceu. Comecei como auxiliar de cozinha, estavam precisando de um auxiliar. Ai eu disse “o que pintou, é trabalho, vou trabalhar. Não importa”. Fui, gostei, porque já gostava de trabalhar com cozinha e tudo mais, sempre cozinhava para a família em casa. Uns dois anos depois surgiu a oportunidade de assumir como cozinheiro, um novo desafio, aceitei e estou feliz — falou o pai.

Além de ter o pai em casa, o filho passou a ter mais um motivo para comer no restaurante do clube, e todos os dias experimentar a comida feita pelo pai, com gostinho de casa. 

— Como bastante aqui, ele manda mensagem quando tem comida, aí tem que vir. A comida é boa. Eu gosto bastante de frango — disse o goleiro.

E não são só os jogadores do Leão que podem comer a comida de Cládio. Em casa, os dotes culinários do pai e marido também são cobrados. 

— Minha mulher fala ‘tu cozinha lá não vai cozinhar em casa’ então tem que fazer o papel, as tarefas de casa — disse o pai, rindo da fala da esposa.

Atualmente, Cláudio Vitor é o terceiro goleiro do Avaí na Série A do Brasileiro. Com 22 anos, ganha dicas dos mais experientes, como Vladimir e Glédson, e treina diariamente para conquistar espaço e fazer valer ter deixado para trás a cidade da família.

— Surgiu a situação, a gente acreditou e viu que o que as pessoas falavam realmente era real. A gente fica com medo, um desafio, será que vai dar certo. A família se reuniu, decidiu embarcar nesse sonho. Um sonho que graças a Deus eu não me arrependo segundo algum, porque ele retribuiu para mim, como pai, 100% da expectativa. Fica a saudade da família, do lugar, do trabalho, dos colegas — comentou.

Com informações do NSCTotal

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