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Entrevista

Marcos Brunato: "Sempre sou franco a dizer que sou contra a reeleição. Quatro anos são suficientes para construir um legado"

As eleições municipais ocorrem este ano e o advogado Marcos Brunato está entre os pré-candidatos a prefeito de Tubarão.

17/04/2020 18h32 | Por: Redação

1. Você tem uma vida profissional estabelecida, não precisa da política para sobreviver. Você assumiu um partido em Tubarão que não vive o melhor momento e você aceitou o comando do PSDB. Por quê?

Marcos: Aceitei o desafio porque tenho uma premissa “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aqueles que permitem a maldade”. Além disso sou apaixonado pela minha cidade natal e me sinto privilegiado por ter conquistado, junto com meu amigo e sócio Tulio Medeiros, o sucesso profissional que perseguíamos desde a data em que decidimos abrir nosso escritório na cidade. Me sinto muito honrado por ter a oportunidade de devolver um pouco daquilo que a cidade me proporcionou, em toda a vida.

2. Você tem bastante familiares envolvidos com a política. Isso influenciou a decisão?

Marcos: Acredito que tenha influenciado sim. Desde pequeno me envolvi em campanhas e pude aprender muito, tanto com os acertos como com os erros. Mas não tenho dúvida de que minha principal motivação é a busca pelo progresso, pela justiça e pelo funcionamento eficaz da máquina pública. Vejo muita gente sofrendo pelas sequelas deixadas pela corrupção e não me sentiria confortável em assistir a tudo isso sem tomas algum posicionamento quando fui chamado.

3. Muitas pessoas desacreditam de uma candidatura de alguém tão jovem em um partido que nacionalmente é um dos maiores e que  em Tubarão também já teve essa expressividade. O que pensa em levar de diferente para a administração pública, caso tenha êxito nesta trajetória?

Marcos: Entendo ser uma opção viável e saudável para a cidade. É bom deixar claro que estou participando por opção e não por necessidade. Meu compromisso é com a cidade, estou entrando para ser via alternativa, uma fonte de renovação. Quero provar que é possível fazer diferente. Entendo que a vaidade e os interesses pessoais são o grande pecado da política. E justamente para tentar mudar esse cenário, me coloco a disposição como uma alternativa real de renovação, doando parte da minha juventude para trabalhar pelo coletivo.

4. Em Tubarão, o governo do PT foi um partido que foi para a eleição praticamente sozinho, tinha algumas linhas auxiliares, se esperava-se uma administração enxuta, algo mais econômico e não foi o que aconteceu. Como você vai implantar um governo que trate o dinheiro do cidadão com mais respeito? Já que nós observamos uma dificuldade em governar sem ter apoio da parte parlamentar.

Marcos: No primeiro momento quero me aproximar dos entes fiscalizador, como o Ministério Público, o Observatório Social e o próprio Judiciário. Não tenho qualquer tipo de receio em me envolver nesse meio, pelo contrário, tenho trânsito livre e boas amizades. Sobre a parte financeira, entendo também que hoje temos um número excessivo de cargos comissionados. Com no máximo de 50 nomes em cargos de comissão, conseguiríamos fazer um governo técnico e enxuto. Por outro lado, através incentivos fiscais, poderíamos buscar outras alternativas, como o estímulo para chegada e criação de novas empresas, além de fazer com que as empresas da cidade também sejam instadas a gerar riqueza e novos empregos.

5. Muito se fala sobre os cargos comissionados, mas também não é a salvação da lagoa. Este seria realmente o teu carro chefe para economizar na administração pública ou você pensa em outras alternativas?

Marcos: Como respondi na pergunta anterior, além de desinchar a folha, precisamos buscar outras alternativas, com o estímulo das empresas e a desburocratização do sistema. Consequentemente teremos o aumento do recolhimento dos tributos, cobrados das empresas, que querem pagar os mais impostos pois quanto mais impostos pagam é sinal que mais faturam. Mexer no bolso do cidadão não é a solução, por isso sempre prezo pelo incentivo fiscal e valorização do empreendedor. É preciso fazer uma gestão austera, com responsabilidade, para que possa ser investido em saúde, educação e infraestrutura e a cidade finalmente cresça da forma que merece.

6. Muito se fala na questão do PSDB por não estar ligado nem ao Governo do Estado, nem a Prefeitura Municipal de Tubarão, tem perdido alguns aliados, hoje o partido tem quatro vereadores e talvez dois deles saem para a  próxima eleição. De que forma você está conduzindo essa situação?

Marcos: Respeito muito os quatro vereadores que temos na câmara. Também sou bem franco quando apresento minhas ideias, até porque a presidência do partido e a condição de pré-candidato foi encaminhada através deles, então, devo esse respeito a eles pela confiança que foi depositada em mim. Espero que não saia nenhum, mas caso saia algum deles, sou obrigado a entender, afinal, não são todos que precisam estar de acordo com o nosso projeto. Também temos nomes novos surgindo no partido que irão repor eventuais saídas e estão à altura.

7. Sabe-se que dois desses vereadores têm participação na atual administração com indicação de um cargo ou outro, por outro lado, você falou que tem como ideia, caso seja eleito, no máximo 50 cargos comissionados, eles estão cientes desse teu posicionamento?

Marcos: Sim, eles sabem. Nós sempre nos reunimos e eu nunca omiti os meus pensamentos. Tanto no que concerne aos cargos comissionados quanto as outras ideias. Tenho certeza que eles entendem que estamos vivenciando um outro momento na política, tanto em nível nacional, como estadual e municipal. Hoje a informação chega muito rápido, assim como a cobrança. Isso é sinal de que precisamos enxergar as coisas de outra forma, é um indício de evolução.

8. Indo para esfera nacional, os partidos políticos têm um desgaste muito grande, seu partido o PSDB está entre eles.  Quando se fala em PSDB se lembra logo da figura do Aécio Neves. Não é contraditório você pregar uma administração transparente, sem falcatruas, se o seu partido tem como ex-candidato a presidência, alguém como o Aécio Neves?

Marcos: Todo partido, grupo, clube de serviço, sem exceções, têm pessoas boas e pessoas ruins. Em uma reunião do Diretório Estadual, quando presidido pelo saudoso Marcos Debaldi, externei meu descontentamento de dividir espaço no partido com pessoas como o Aécio Neves. Felizmente, o governador de São Paulo, João Doria, dentre outras grandes lideranças do partido tem a mesma percepção. Também comuniquei à atual presidente do Diretório Estadual, a Deputada Federal Geovania de Sá, e pude compreender que eles também se sentem desconfortáveis com essa situação.

9. Vou colocar alguns nomes e gostaria que você desse um breve comentário.

-Sérgio Moro

Marcos: Na minha opinião, é um dos maiores brasileiros de todos os tempos.

-Jair Bolsonaro

Marcos: Ele fez uma importante quebra de paradigma. Votei nele no segundo turno, repetindo o cenário, votaria novamente. Vejo a equipe técnica muito competente, com Ministros bem escolhidos e ministérios bem encaminhados. Sobre os pontos negativos, tem muitas falhas no que diz respeito aos filhos, principalmente erros cometidos no passado. Ele também tem alguns descuidos que podiam ser evitados mas, mesmo assim, considero um bom governo, e torço para que as falhas sirvam de lição e aprendizado.

10. Gostaria que você falasse sobre Carlos Stupp, fazendo um paralelo com o Manoel Bertoncini. Gostaria que fizesse sua avaliação política sobre esses dois homens.

Marcos: Tubarão deu um grande salto no governo Carlos Stupp. Fez uma gestão transformadora que colocou a cidade dentre as protagonistas do estado. Foi um prefeito que fez acontecer, construiu e deixou seu legado. O Dr. Manoel fez o que a saúde lhe permitiu, uma das principais obras que eu gostaria de ter o privilégio de inaugurar foi iniciada no governo dele. Estou falando da UPA 24 horas. Dr Manoel deixou muita saudade. São duas pessoas que tenho uma grande admiração.

11. Reeleição. O Marcos se coloca como um político que vai fazer a administração já pensando em uma outra gestão?

Marcos: Não, absolutamente não. Confesso que jamais pensei em reeleição. Entendo que quatro anos são suficientes para construir um grande legado e acho saudável a alternância do poder. 

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