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Entrevista

Falta de representatividade continua prejudicando Tubarão

Essa é a constatação do ex-político e comentarista Haroldo de Oliveira Silva

26/01/2018 15h24 | Por: Redação
Haroldo de Oliveira Silva – comentarista político

De que forma Tubarão perdeu, nos últimos quatro anos, com a falta de representatividade, principalmente na Assembleia Legislativa?

Evidentemente que quando se perde força política, se perde a referência para buscar mais recursos para o município. Um governo investe mais em regiões onde existe mais apoio, mais base para implementar seus projetos de governabilidade. Aqui podemos citar o exemplo da cidade de Criciúma. Eles têm dois deputados federais, cinco deputados estaduais, quatro secretários de Estado e um vice-governador. Aí fica notório o apoio com investimentos em todas as áreas. Tubarão está perdendo há muitas décadas esse apoio. Mesmo assim o governo, nos últimos cinco anos, investiu de forma acanhada em obras que já vinham sendo realizadas, como o Aeroporto e o Porto de Imbituba. Em Tubarão houve investimento na Arena Multiuso, mas também no Centro de Inovação, que estava parado, e a UPA segue parada. Então Criciúma, por exemplo, recebe mais investimentos por isso. Falo sem medo de errar.

Qual o prognóstico para 2018 na Amurel? Quantos candidatos você acha que a cidade de Tubarão vai lançar, por exemplo, para deputado estadual?

O prognóstico é muito triste para uma região que tem aproximadamente 200 mil votos. Vejamos: aqui todos os partidos querem lançar candidatos pensando em uma aposta de futuro. Por exemplo: posso lançar um candidato a deputado federal ou estadual, mas já sabendo que ele vai perder. Mas ele ganha cacife para uma eleição municipal, que acontece dois anos depois. Isso muitas vezes dá errado. Dá certo para partidos grandes, organizados. Em Tubarão, por exemplo, deveremos ter seis candidatos para o parlamento de Santa Catarina, porém quem está bem na foto e bem organizado é o PP, com Pepê Collaço, e Olavio Falchetti, com o PT, que já tem uma caminhada. Ainda temos Júlio Garcia, que tem uma eleição garantida. Infelizmente o PMDB não está organizado, uma pena. Tem nome e tem história, mas está dividido em termos de apoio.

Você acha uma quantidade de pré-candidatos visando a Alesc exagerada, ou o número é natural?

Exgerada, pois partidos não têm a responsabilidade de fazer lideranças. Preferem apoiar candidato de fora e outros que possuem outros objetivos. Então, de seis pré-candidatos, entendo que dois têm grande chance de chegada, ou chegam bem perto. O resto é para fazer legenda para que sua sigla coloque candidato que atue bem longe da cidade.

E para deputado federal? Quem você acha que mais tem chance de conseguir uma cadeira na Câmara por Tubarão?

O único que diz abertamente e que está trabalhando para esse objetivo é, sem dúvida alguma, Edinho Bez, do PMDB. Mas parece que ficou uma coisa mal resolvida na última eleição para ele, pois perdeu por poucos votos. Porém, é bom saber que nesses quatro anos Edinho fez muitas reuniões pelo Sul do Estado, só que não tinha emendas para distribuir. Diferente, por exemplo, do caso do deputado federal Ronaldo Benedet (PMDB) e de Geovânia de Sá (PSDB). Vai ser uma eleição difícil para Edinho Bez, mas sabemos que ele adora eleição e poderá surpreender com um bom resultado. Essa é aquela história que falamos: se os maus partidos não lançarem candidatos, seja qual for a posição, eu prefeito votar em candidato de fora. Vai entender a cabeça dessas lideranças. É um pensamento pobre nesse sistema político atrasado.

Como você avalia o modelo de votação escolhido para as eleições deste ano?

Pouco muda em relação ao modelo anterior. A reforma política avançou muito pouco, ou quase nada. A não ser na questão da coligação da proporcional, mas isso os partidos grandes tiram de letra. O problema vai ser com os partidos pequenos, para conseguir o coeficiente eleitoral. Essa é a grande mudança, nada mais.

Em nível estadual, o quadro para o governo do Estado está muito confuso. O que podemos esperar nos próximos meses?

Sem dúvida está tudo muito confuso. O quadro ainda não está bem claro. Ninguém lança candidatos a vice antes das convenções. Todos têm nomes para cabeça de chapa, as conversas existem e as expectativas são maiores ainda. Acredito que no mês de março as coisas comecem a ficar mais claras nesse sentido.

Para finalizarmos, gostaríamos que você falasse sobre a importância do voto regional nas eleições de outubro.

Olha, acho que o que falamos no início serve de explicação. Infelizmente o modelo ideal para as eleições seria o voto distrital misto, mas como isso só vai acontecer em 2022, então fica difícil. Fazer o voto regional em Tubarão nunca deu certo, até porque nossos candidatos não têm muito dinheiro para fazer uma boa eleição. Já outros candidatos, de outras regiões, conseguem mais apoio e mais recursos. Aí você pode me perguntar: ‘e o Caixa 2 proibido?’. Aí eu te respondo: ‘quem disse?’. Nem em eleições de Centros Comunitários isso acabou. Então os políticos até gostam do voto regional, mas eles também vão buscar votos fora do seu domicílio eleitoral. Isso vale para todos.

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