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Entrevista

Amauri de Oliveira: "O Atlético Tubarão traiu o Tubarão Futebol Clube"

Conversamos com o presidente do Tubarão Futebol Clube Amauri de Oliveira que dentre tantas histórias nos conta porquê não acompanha o Atlético Tubarão...

29/06/2018 07h36 | Por: Redação
Conversamos com o presidente do Tubarão Futebol Clube Amauri de Oliveira que dentre tantas histórias nos conta porquê não acompanha o Atlético Tubarão, a situação financeira do TFC e suas decepções com diretores, atualmente no CAT.   Seu Amauri, aquele Tubarão Futebol Clube ainda existe? O Tubarão Futebol clube ainda existe, apesar de estar licenciado. Ele tem uma diretoria constituída e tem conselho delibertativo. Ele está licencidado da Federação Catarinense de Futebol por causa das dívidas.   E quando, de fato, o Tubarão Futebol Clube fechou as portas, por causa das dificuldades financeiras? Uma série de coissas aconteceram e fizeram o Tubarão se afastar do futebol. Em 2004 eu era o presidente do Tubarão Futebol Clube e nós estávamos na primeira divisão de Santa Catarina. Em 2005 houve uma nova eleição e para revitalizar o clube uma nova diretoria assumiu. Era uma equipe boa. Mas o time vinha acumulando uma dívida de anos anteriores. Quando essa diretoria de peso pegou, aqueles credores vieram todos para cima, para tentar receber o que tinham aqui na equipe. E isso desestimulou o pessoal de prosseguir naquela luta de tocar o Tubarão. Houve reunião entre diretores e se achou por bem, na época, licenciar o Tubarão. Ficou definido que se criaria o Clube Atlético Tubarão. Nós nunca damos calote em ninguém, vale dizer. Tanto que o Atlético iria substituir o TFC. A medida que o clube fosse crescendo, essa era a ideia, o Atlético pagaria a dívida do Tubarão, com as reservas. E o Tubarão Futebol Clube continuou vivendo. Inclusive alugamos o ginásio na época e com esse dinheiro íamos pagando dívidas do Ministério do Trabalho. Ficamos licenciados, mas pagando. As coisinhas pequenas fomos parcelando. Esse era o objetivo. Enquanto isso o Atlético foi seguindo.   Mas existia contato entre as duas diretorias? Como foi a relação depois que o Atlético surgiu? Bom, isso aconteceu até 2006. Aí o Tubarão sentiu que dava pra voltar já em 2006. Só que tinha que pegar o estádio Domingos Gonzalez de volta. O primeiro ano do Atlético teve o Evaristo Niehues presidente. Só que depois veio o Clóvis Damasceno. Enquanto era o Evaristo, a parceria existiu. Quando o Clóvis pegou, acabou o vínculo. Com isso, o Clóvis e a prefeitura despejaram o Tubarão de lá. Aí acabou a parceria. O Tubarão parou de vez. Nem o ginásio de esportes conseguimos alugar mais. No primeiro ano a prefeitura assumiu o ginásio, mas viu que não era aquela coisa. Eles diziam que eu estava ficando rico com o ginásio. Mas eu trabalhava muito e ganhava pouco. Aí pegaram, deixaram apodrecer e cair.   Mas de onde surgiu a maior dívida do Tubarão, Amauri? E por que surgiu? A fusão que houve entre Tubarão e Hercílio Luz foi em 1995. As dívidas do Tubarão se formaram a partir de 2000. O time entrou na Copa Sul Minas, só que o Tubarão não estava estruturado para entrar na competição. Teve um bom desempenho e tal, fez até o que não se esperava. Mas foram fazendo contratações e a falta de resultado não trouxe uma receita esperada. Aí ficamos sem renda.   Então até 1999 estava tudo bem? Sim, tudo bem saneado. Com a entrada na Copa Sul Minas, todas aquelas dívidas feitas em 2000, 2001 e 2002 estouraram em 2003. Aí apareceu tudo. Apareceu jogador cobrando luva, contrato atrasado, aquela coisa toda. Tivemos que sair do Aníbal Costa em 2003 e disputamos o campeonato de 2004 na Vila.   E essa dívida é de quanto? Na época era de aproximadamente R$ 1 milhão. Hoje não sei como é que está o valor.   Seu Amauri, uma das situações que mais repercutiram na época foi aquela da Polícia tirando o senhor do ginásio. Como foi aquilo? Ah, aquilo eu não esqueço. Eu e minha esposa nunca vamos nos esquecer. Nunca vou perdoar aqueles que nos fizeram sair.   E quem foi? Eu gostaria de nem citar nomes, porque é uma coisa que já passou. Meu coração assimilou, mas ainda dói. Quem viver com aquele ódio no coração tem problema. Essa pessoa está vegetando pra mim, fez uma injustiça. Fomos tirados do ginásio como se a gente fosse bandido. Da minha casa dá para ver o ginásio e naquele dia, quando eu olhei, vi três viaturas lá. Quando eu cheguei perto falaram em ordem de despejo. Aí simplesmente aquela vontade de chorar veio. Abracei minha mulher e choramos juntos. Mas as pessoas que fizeram aquilo estão pagando.   E muita coisa foi perdida?! Troféus, documentos... Tudo, quebraram tudo. Nós assumimos o ginásio em 2003. O seu Evaristo era o presidente. E eles estavam muito relaxados, né?! Aí pegamos, acertamos o aluguel e assim fizemos. A reforma foi feita e tudo ficou lindo. Ele funcionava como um restaurante. No fim dos jogos todo mundo jantava lá. Até as famílias iam, tudo. Um dia começaram a achar que eu estava ganhando muito dinheiro e fizeram essa palhaçada toda. Acharam que iam deixar o ginásio melhor, mas a prova está lá. Não tiveram competência para manter aquilo.   E como o senhor anda vendo o Atlético Tubarão? Está indo ao estádio acompanhar o time? Eu vou ser bem franco. Depois de 2005 não pisei mais no estádio Domingos Gonzalez. Eu sei que essa diretoria atual não tem nada a ver com a diretoria do passado. Mas fizeram uma traição. O Atlético Tubarão traiu o Tubarão Futebol Clube. O propósito não era fazer o que fizeram. Ninguém vai me ver torcer pelo Atlético.   Então o senhor não torce? Não. Nem um pouco. Eu torcia pelo Tubarão e pelo Ferroviário. Fui presidente dos dois times. Mas pelo Atlético não. Claro que não é a diretoria toda. Tudo isso foi causado por um advogado do Tubarão Futebol Clube, que usou o que sabia contra o próprio Tubarão. Enquanto ele estiver lá eu não piso mais no estádio.    
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