O projeto surgiu há cinco anos, após o idealizador Indio Vignes ter sentido a ausência de fontes teóricas sobre o tema.
Quem caminha pelas ruas de Laguna sabe que para onde olhar vai encontrar história, mas o que pouca gente sabe é que sob seus pés também há história. Esse é o objetivo de uma pesquisa desenvolvida por alunos e egressos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Udesc Laguna. O trabalho foi selecionado para a 33ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) para preservar, valorizar e promover o patrimônio cultural brasileiro.
“Ladrilhos Hidráulicos Laguna” mapeou a relação entre os ladrilhos hidráulicos das edificações com o Centro Histórico da cidade. O projeto surgiu há cinco anos, após o idealizador Indio Vignes ter sentido a ausência de fontes teóricas sobre o tema.
“Identificando de maneira empírica a forte presença dos ladrilhos hidráulicos nos edifícios históricos de Laguna, iniciamos a análise da problemática transversal do elemento na cidade”, explica. Nas pesquisas, o grupo teve conhecimento de uma fábrica especializada nessa produção que estava ativa na década de 1970 – que era até desconhecida do Iphan de Laguna.
O levantamento de documentos os levou até Eloir Machado, último artesão de ladrilho da cidade, que gerou um documentário onde ele relembra a fabricação dos itens (assista abaixo). De 2015 para cá, o resultou em uma base de dados de 3.121 fotografias de alta resolução, produzidas em 664 visitas às propriedades do Centro Histórico de Laguna.
O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade selecionou 121 participantes para a etapa final. Apenas doze serão selecionadas e cada iniciativa premiada receberá o valor de R$ 20 mil. O resultado final do concurso deverá ser divulgado até 30 de agosto, no site do Iphan.
Bibilioteca
O projeto também gerou uma biblioteca foi idealizado pelo egresso Maicon Fedrigo, que utilizando a base de dados de imagens construiu texturas eletrônicas para uso em maquetes virtuais, cinema e games. “É uma forma de salvaguarda do patrimônio em formato digital, é de acesso gratuito e em três línguas (português, francês e inglês). Assim conseguimos levar os ladrilhos de Laguna para o mundo todo”, comemora Vignes. A biblioteca pode ser acessada aqui.
Pesquisa
A iniciativa contou com a participação da estudante Isadora Cristina Cardoso, que coordenou os trabalhos de campo. A fase inicial da pesquisa teve orientação da professora Ana Carolina Vicenzi Franco, que atuou na unidade entre 2015 e 2019.O grupo formado inicialmente em 2015, de forma independente, sob coordenação de Indio Vignes, foi composto por Amanda Dal Molin, Deborah Acordi, Francielen Meurer, Isadora Cardoso e João Paulo Mota, todos estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da UDESC.
Foto: Luís Claudio Abreu/Agora Laguna