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Governo Lula diz "não" ao "horário de verão"

A decisão foi tomada durante reunião que avaliou os impactos econômicos e energéticos da medida, nesta quarta-feira (16)

16/10/2024 16h12 | Atualizada em 16/10/2024 16h12 | Por: Nilton Veronesi

O governo federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), anunciou, nesta quarta-feira, dia 16, que não retomará a implementação do horário de verão no país.

A decisão foi tomada durante reunião que avaliou os impactos econômicos e energéticos da medida. Segundo o governo, o benefício econômico da mudança de horário não justifica a sua adoção, sendo mantido o horário convencional em todo o país. O ministro havia dito anteriormente que a medida só seria adotada se fosse "estritamente necessária".

“Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este verão, para este período. Temos a segurança energética assegurada”, disse o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista coletiva.

A mudança no horário padrão do país vinha sendo discutida nas últimas semanas. A estratégia era cogitada para reduzir o consumo de energia elétrica durante a estação mais quente do ano e também para reduzir os efeitos da crise hídrica. Em algumas regiões do país, a estiagem é considerada a pior dos últimos 73 anos.

Segundo o ministro, reuniões com especialistas e autoridades do setor energético definiram que não haveria necessidade da adoção da medida neste ano. Silveira destacou que as medidas de planejamento adotadas pelo Ministério de Minas e Energia teriam garantido a segurança energética e diminuíram o impacto do horário de verão nas vidas das pessoas. Ele explicou também que o prazo necessário para adaptação seria mais um impeditivo para a medida este ano.

"O horário de verão tem o pico do custo-benefício nos meses de outubro, novembro e meados de dezembro. Nós, se fizéssemos agora, usufruiríamos muito pouco deste pico do custo-benefício. Isso porque mesmo decretando o horário de verão teríamos que fazer um planejamento mínimo para que os setores se adaptassem, e conseguiríamos entrar com isso em meados de novembro, então o custo-benefício seria muito pequeno", explicou o ministro.

Apesar de descartar a adoção do horário de verão neste ano, o ministro informou que discussões devem definir a possível decretação da medida no próximo ano, no fim de 2025.

O horário de verão foi extinto em 2019, no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele alegou que a medida não teria benefícios.

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) havia recomendado a volta do horário de verão. A entidade defende que a medida é essencial para enfrentar a crise hídrica que afeta o país. O Brasil vive a pior seca desde 1950, e a retomada do horário de verão poderia ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema elétrico, reduzindo a demanda e o consumo de energia.

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